Levemente favorável a Dilma Roussef (PT), mas quase inócua diante de um eleitorado que já vem fazendo uma opção por conta própria e a favor de José Serra (PSDB). Assim é vista por especialistas a opção de Marina Silva – e de seu partido, o PV – de manter-se neutra no segundo turno da disputa pela Presidência. Em sintonia com os dirigentes do PV, Marina anunciou sua posição ontem (17), durante convenção do partido em São Paulo. A decisão é vista como pouco impactante por dois motivos: primeiro, por ter sido feita tardiamente, duas semanas após o primeiro turno. Segundo, por deixar à deriva um eleitor cujo voto em Marina já foi uma demonstração da dificuldade em optar pelas candidaturas polarizadas de Dilma e Serra. Conforme diferentes pesquisas de segundo turno, Serra conquistou cerca de 50% do eleitorado de Marina, enquanto Dilma recebeu em torno de 20%. O restante dos eleitores segue indeciso ou anulará o voto. Marina acolheu um eleitor de classe média, escolarizado que, como ela, deixou o PT por motivos ideológicos. O problema é que ele ainda reluta em votar no PSDB. Se ela declarasse apoio a Serra, poderia ser o impulso que faltava. Por isso, é positivo para Dilma que o movimento tenha estancado. Quanto ao futuro de Marina, a decisão de ontem contribui para transformá-la em um fenômeno eleitoral efêmero em vez de uma nova liderança política. Ao não se posicionar, Marina sai da eleição menor do que poderia. É um erro político desastroso. O eleitor se pergunta: que líder é esse que não se posiciona?
Lá vou eu: Marina teve 3.438 votos em Camocim, quase a votação de Serra. Em rodas de amigos, em esquinas, só falavam em Marina. Não tinha nenhum chefe político pedindo votos pra ela na cidade. O eleitor camocinense está descobrindo aos poucos o caminho da independência na hora de votar?
Nenhum comentário:
Postar um comentário