“O plenário do Tribunal de Contas do Ceará (TCE) transformou-se, mais uma vez, em campo de batalha para os membros da Corte – como tem sido comum, nos últimos meses. Ontem, durante a sessão em que seria votado processo envolvendo a Parceria Público-Privada (PPP) para reforma do estádio Castelão, em Fortaleza, houve bate-boca quando o presidente do Tribunal, Teodorico Menezes, impediu o Ministério Público de Contas de pedir vistas do processo.
De acordo com relatos, no meio da confusão, Teodorico chegou a “demitir” o procurador que havia solicitado a análise, Gleydson Antônio Pinheiro Alexandre, que tem estabilidade na Corte.
O processo em discussão se refere a denúncias do deputado estadual Heitor Férrer (PDT) e do Instituto de Transparência do Ceará sobre supostas irregularidades na licitação.
Após a leitura do voto do relator Edilberto Pontes Lima, que se manifestou a favor do arquivamento das acusações, Gleydson requisitou vistas. O presidente do TCE, no entanto, alegou que o pedido fora feito tarde demais.
Ao O POVO, ontem à noite, Teodorico afirmou que a Lei 13.720 aponta que a intervenção do Ministério Público só pode ser feita antes do início do julgamento.
A informação, no entanto, esbarra em regras impostas pelo próprio regimento interno do TCE, vigente desde 2007. De acordo com o documento, é possível pedir vistas mesmo após a leitura do voto do relator. Questionado pelo O POVO sobre esse ponto, Teodorico contestou: “Tá errado. O que vale é a lei. Se for preciso, vamos ter de mudar o regimento”.
Perguntado sobre a importância da análise do Ministério Público sobre as denúncias, que envolvem a lisura da licitação, o presidente destacou que, caso demore a ser votado, o processo pode atrapalhar as obras para Copa do Mundo de 2014 em Fortaleza, prejudicando o Município.
“O Tribunal está sendo cobrado pela sociedade diariamente. Por birra, o Ministério Público pediu vistas”, avaliou. Teodorico também negou que tenha “demitido” o procurador. “Ele que se levantou, abandonou o recinto”, relatou o chefe do TCE.
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