Um artigo com críticas à realização da Copa 2014 em Fortaleza, veiculado neste Blog, ganhou repercussão nacional. O antropólogo e médico Antonio Mourão Cavalcante defendeu em texto que compilamos do seu Bl0g no O POVO Online, uma maior transparência nos investimentos. O fato acabou levando o Portal Terra a entrevistá-lo sobre o tema em Blog sobre o certame. Confira:
A realização do Mundial de futebol em 2014 no Brasil é exaltado por muitos como a grande chance de atrair mais investimentos ao País. E as projeções de melhorias econômicas são muitas. Segundo o “Documento Referencial Turismo no Brasil 2011/2014″, a expectativa é que até 2014 o turismo nacional tenha gerado cerca de 2 milhões de ocupações no setor, além de R$ 8,9 bilhões em divisas internacionais e 73 milhões de desembarques domésticos.
E para abordar sob outro ponto de vista a realização dessa grande competição esportiva em nosso País, este blog conversou com o antropólogo e professor universitário, Antonio Mourão Cavalcante. Ele deu sua opinião sobre o tão esperado legado pós-Mundiial, além de avaliar a transparência nos investimentos para o evento e a participação da iniciativa privada. Confira:Mundial em Fortaleza
Não sou contra a realização da Copa do Mundo no Brasil e mesmo que ocorram jogos em Fortaleza. Sou contra investimento público em iniciativa privada. E, mais grave ainda, gastar com o que não é prioritário. Somos um estado pobre – quase miserável – e que não pode dispensar meio bilhão de reais na simples reforma de um estádio de futebol. Existem outras prioridades bem mais graves. Tanto é verdade que este dinheiro, em parte, está saindo de empréstimos.Legado“No caso da África do Sul, local da última Copa, as informações são muito preocupantes. A imprensa mundial tem falado disso. Pouco retorno para a população. O mesmo teria acontecido com a Grécia e Portugal que sediaram eventos semelhantes. E, aqui no Brasil mesmo, o que foi feito e qual o resultado concreto dos Jogos Pan-Americanos, até mesmo dos locais de jogos e alojamentos? A imprensa noticia que estão praticamente abandonados, sucateados.”População desinformada
“Penso que a maioria da população ignora o que está ocorrendo. Inclusive amigos meus, professores universitários, ficaram abismados quando abordei o assunto com os detalhes financeiros. Não acreditavam que isso fosse verdade. Imagine as pessoas que não tem um maior acesso às informações. Agora, se a gente pergunta: você é a favor ou contra a Copa do Mundo? Obviamente, todos somos a favor. Mas, precisa saber quem vai pagar a fatura, com qual recurso e quanto?”Transparência
“Defendo, sobretudo, que haja mais transparência. Que o dinheiro público não sirva para “patrocinar” eventos privados. Fala-se, por exemplo, na privatização posterior, do Castelão. Um Governo precisa comprometer-se com prioridades sociais. Os recursos são parcos. E, finalmente, que cada centavo seja rigorosamente fiscalizado… Nesse episódio, lembrei-me de Mário Henrique Simonsen, grande economista brasileiro: “não sairia mais barato pagar logo a comissão
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