“O Instituto Dr. José Frota (IJF) enfrenta mais uma crise de superlotação. A enfermaria, com 34 leitos, está com 115 pacientes espalhados pelos corredores. A despesa mensal com remédios e insumos subiu de R$ 3,2 milhões para R$ 4,8 milhões em agosto. O diretor clínico do hospital, Fred Arnauld, e o diretor da emergência, Rommel Araújo, entregaram os cargos.
“Estamos nos sentindo impotentes. Não conseguimos dar a solução que queríamos. Fica difícil lutar contra um sistema tão cruel. Temos uma rede secundária, principalmente em Fortaleza, muito frágil. Os municípios continuam sem boa resolutividade. A demanda para o IJF não acaba nunca”, diz Fred.
A triagem mais rigorosa iniciada depois de um princípio de incêndio no IJF, em maio deste ano, segurou a lotação do hospital até julho, mas nos dois últimos meses, a situação voltou a se agravar.
Para Rommel, além da inoperância do sistema de saúde, o período de campanha política contribuiu para a superlotação. “Transformaram carros particulares em ambulâncias. Estão fazendo politicagem em cima dos doentes. Usando o IJF de maneira equivocada, comprando voto com a promessa de atendimento. Isso terminou piorando, e muito, a situação”, afirma.
O superintendente do IJF, Messias Holanda, garante que a triagem continua forte e que os efeitos da campanha política são outros. Para ele, comícios e festas com bebida alcoólica têm aumentado o número de acidentes de trânsito, principalmente de moto, no Interior. “Das 115 pessoas internadas na emergência, só 41 são de Fortaleza, o resto é todo do Interior. Não temos como dar suporte a uma demanda tão alta. Estamos estrangulados”, diz Messias, que nega o uso político do IJF e cobra mais fiscalização nas estradas e nos municípios.
A saída, de acordo com Messias, é a abertura urgente de um hospital de apoio. A unidade funcionaria no prédio do hospital Boghos Boyadjian, que fica na rua Rocha Lima, entre a avenida Rui Barbosa e a rua José Lourenço, na Aldeota. Desde março, o Governo do Estado – que bancaria essa unidade -, espera que o proprietário e a Prefeitura cheguem a um acordo sobre o alvará do imóvel. O documento original autoriza a construção de um prédio residencial.
Enquanto isso, o Hospital Regional do Cariri, promessa da primeira campanha de Cid Gomes, lançou edital para contratação de pessoal, com prazo de inscrição até o dia 5 de outubro. O de Sobral, começou a ser construído e deve ficar pronto no segundo semestre de 2011. Ambos são terciários.”
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